por Samuel Celestino
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
talvez tenha, pela primeira vez, concordado com o estado putrefato da política
brasileira. Durante um debate sobre os dez anos de governos petistas disse que
não existe político "irretocável do ponto de vista do comportamento moral e
ético". Todos portanto, na sua compreensão, são amorais e aéticos, e, dessa
forma, têm o direito de meter a mão em cofres públicos, ou realizarem as
maracutaias que bem entenderem por fazer parte da espécie. Não creio que todos
os políticos pensem assim, e não sei se, de outro modo, Lula realizou uma
autodefesa em consequência do emaranhado de denúncias em que está, no momento,
envolvido. Particularmente, discordo dele. Nem todo político é imoral, nem todo
político é desprovido de ética. Incontinente, após dizer sua asneira, atacou a
imprensa: disse “ que a imprensa nacional tenta vender a imagem de que existem
políticos ideais, que não existem”. Assim, a imprensa, felizmente, ainda
acredita que seja possível que haja uma solução para os políticos, coisa que o
ex-presidente não crer. Prefere ficar com a com a imoralidade
pública.
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