sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Segundo pesquisador, todo mundo tem medo da felicidade

Com mais de 45 anos de carreira, o psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate, de São Paulo (SP), já atendeu mais de 9.000 pacientes. Esse número, segundo ele, se estende a 20.000, se forem contabilizados os ouvintes que têm suas dúvidas respondidas no programa "No Divã do Gikovate", que vai ao ar aos domingos, às 21h, na rádio CBN. 

A experiência lhe rendeu a convicção de que todo mundo teme a felicidade e costuma sabotá-la. Autor de mais 30 livros, Gikovate lançou, recentemente, "Mudar – Caminhos para a Transformação Verdadeira" (MG Editores), no qual aborda a dificuldade de abandonar hábitos –entre os quais aqueles que nos impedem de alcançar objetivos– e a importância do autoconhecimento para mudar atitudes e pensamentos. 

De acordo Gikovate, o medo tem relação com o que nos aconteceu no ato de nascer, pelo qual todos passamos: estávamos em harmonia no útero, uma espécie de "paraíso", e dali fomos expulsos na hora do parto. Assim, nascer é uma transição para pior, pois passamos a estar expostos a dores, sensações de desamparo. Parece que se forma um tipo de condicionamento: sempre que estamos próximos de um estado de harmonia e felicidade, tememos o risco de uma nova ruptura, agora a da morte ou da perda de pessoas amadas. 

Parece que o risco de tragédia aumenta quando estamos próximos da felicidade, o que não é fato, mas é como sentimos. Aliás, todo pensamento supersticioso tem a ver com isso: quando estamos bem, batemos na madeira para afastar os maus fluidos. Assim, o medo da felicidade é, de fato, o medo de perder a felicidade e o que temos de melhor, como se esse risco aumentasse à medida que nos aproximamos da harmonia.

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