terça-feira, 20 de agosto de 2013

TELEXFREE: DO SONHO AO CALOTE!



É lastimável ver famílias endividadas, como a que se desfez da casa por R$ 100 mil para morar de aluguel, se aventurando numa pequena fortuna nos 12 meses seguintes. Dá dó ouvir relatos de pessoas que contraíram empréstimos, que arranjaram dinheiro com o vizinho, tiraram grana dos cofres da irmã ou arrebataram alguma economia da poupança, a minguada poupança de magros juros, só pra entrar no negócio. Lamentável! Mas é obrigação do Ministério Público  investigar e coibir práticas ilícitas, que talvez sim ou talvez não, seja o caso da Telexfree. Deixando de fora as razões e as contrarrazões disso tudo, chego a conclusão de que é realmente muito estranha a forma avassaladora de ganhos com a postagem de anúncios que pouco sabemos como funcionam. Numa das primeiras abordagens que fiz sobre o assunto, perguntei a um dos divulgadores mais bem sucedidos da Telexfree em Itabuna, o fato de pouco se divulgar o sistema de telefonia em si. Ele me respondeu: “Ele existe” e fez funcionar comprovando o que me dizia. Mas a grande verdade é que esse não parece ser o objeto principal da empresa. Há inúmeros fatores que caracterizam uma empresa de marketing multinível e alguns deles é o foco no produto em si, muito mais do que na forma de compartilhamento de lucros entre pessoas. Empresas assim costumam ter um consumo muito alto de seus produtos fora da rede. Significa que existem mais pessoas fora dela cadastrada, e utilizando seus produtos, que dentro. Este não parece ser o caso da Telexfree, já que a telefonia, pelo menos em Itabuna, era relegada a segundo plano. Quer outro exemplo? A empresa de rastreadores de veículos, cujos artefatos são igual “orelha de freira”: ninguém os vê. Também foi barrada pela Justiça. Mas disso tudo, uma coisa é certa: o bloqueio das contas e os inúmeros boatos a toda a hora na internet só serviram para alimentar ainda mais a frustração de muitos, alguns até desempregados que viam neste sistema a forma ideal de obter um pouco mais de conforto financeiro. Para muitos, ainda é incompreensível que as investigações do MPE - e agora do Ministério da Justiça, com indícios de lavagem de dinheiro - possam ter um desfecho negativo. Como dizia um dos já desesperançosos: “Sabia que era só um sonho, mas não quis acordar”. Resta-nos esperar o desfecho dos próximos dias. E dias após dias sempre existirão!

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