Em meio à busca de explicações para o surgimento das manifestações em todo o País, integrantes da cúpula do PT, ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, se dividem entre aqueles que culpam o governo pelo afastamento da sociedade e os que creditam a manutenção dos protestos aos interesses da direita e da mídia. Na avaliação de alguns petistas, os protestos sem uma identificação partidária revelam uma nova forma de movimento social que, no passado recente, era capitaneado pelo partido, responsável em grande parte por dar voz aos "anseios" das classes. Agora, no entanto, o partido apenas "vê a banda passar". Parte dessa falta de protagonismo atual, para alguns, deve-se a um "caldo de cultura" gerado desde o julgamento do mensalão e pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff dos políticos e consequentemente do PT. "Dilma precisa disputar a agenda da sociedade. Não o faz porque acha que é centro da gravidade", disse um petista sob a condição de anonimato. Em meio ao descontentamento com Dilma, surge entre alguns representantes do partido um sentimento de "volta, Lula". Procurado pelo Broadcast Político, o secretário de Comunicação Social do PT, Paulo Frateschi, negou que tenha qualquer movimentação interna pelo retorno de Lula. "Não é nossa avaliação. Há muito diálogo com a presidente. Ela vem dando respostas, mas mesmo assim os ataques da imprensa continuam", afirmou. Segundo ele, a permanência dos protestos nas principais cidades do País é alimentada pela mídia. "Porque vocês elogiam tanto que a luta não acabou. Vocês da mídia mesmo estão incentivando ir para o pau", disse. Para Frateschi, a falta de lideranças partidárias nos protestos também faz parte de uma ação da direita. "Os nossos adversários estão fazendo um movimento para rebaixar a política. É uma tentativa de mudar a tática por parte da direita", afirmou.
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