A revista americana Forbes desmascarou as montadoras de veículos instaladas no Brasil. Mais que carga tributária, os brasileiros pagam muito caro (“roubados” é o termo usado pela publicação) devido à sanha das montadoras em obter grandes lucros no País do Carnaval.
O jornalista Kenneth Rapoza, da Forbes, cita que se paga US$ 80 mil por um Jepp Grand Cherok no Brasil. Por esse valor, diz, daria para comprar três unidades do mesmo modelo nos Estados Unidos. É mole?
Rapoza torna a diferença de preços ainda mais alarmante quando põe o brasileiro a pensar o que imaginaria se visse um americano pagar 150 dólares por um par de sandálias Havaianas.
O site especializado Notícias Automotivas, que deu base à argumentação do jornalista norte-americano, revela que as montadoras têm, no Brasil, lucro três vezes maior do que em outros países. E, explica, é isso que torna o carro muito mais caropor aqui.
Veja um dos exemplos do Notícias Automotivas a partir de cálculos feitos por bancos como o Morgan:
O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.
Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.
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