Com
mais de 45 anos de carreira, o psiquiatra e psicoterapeuta Flávio
Gikovate, de São Paulo (SP), já atendeu mais de 9.000 pacientes. Esse
número, segundo ele, se estende a 20.000, se forem contabilizados os
ouvintes que têm suas dúvidas respondidas no programa "No Divã do
Gikovate", que vai ao ar aos domingos, às 21h, na rádio CBN.
A experiência lhe rendeu a convicção de que todo mundo teme a felicidade
e costuma sabotá-la. Autor de mais 30 livros, Gikovate lançou,
recentemente, "Mudar – Caminhos para a Transformação Verdadeira" (MG
Editores), no qual aborda a dificuldade de abandonar hábitos –entre os
quais aqueles que nos impedem de alcançar objetivos– e a importância do
autoconhecimento para mudar atitudes e pensamentos.
De acordo Gikovate, o medo tem relação com o que nos aconteceu no ato de
nascer, pelo qual todos passamos: estávamos em harmonia no útero, uma
espécie de "paraíso", e dali fomos expulsos na hora do parto. Assim,
nascer é uma transição para pior, pois passamos a estar expostos a
dores, sensações de desamparo. Parece que se forma um tipo de
condicionamento: sempre que estamos próximos de um estado de harmonia e
felicidade, tememos o risco de uma nova ruptura, agora a da morte ou da
perda de pessoas amadas.
Parece que o risco de tragédia aumenta quando estamos próximos da
felicidade, o que não é fato, mas é como sentimos. Aliás, todo
pensamento supersticioso tem a ver com isso: quando estamos bem, batemos
na madeira para afastar os maus fluidos. Assim, o medo da felicidade é,
de fato, o medo de perder a felicidade e o que temos de melhor, como se
esse risco aumentasse à medida que nos aproximamos da harmonia.
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