sábado, 7 de outubro de 2017

Vigia que colocou fogo em creche demonstrava transtorno há 3 anos

Damião Soares dos Santos, responsável pelo ataque às crianças na creche Gente Inocente, em Janaúba (MG), sofria de transtorno persecutório, segundo a Polícia Civil. O Ministério Público (MP) de Minas vai apurar por que um funcionário com problemas mentais trabalhava na educação infantil. 
"Ele começou a demonstrar transtornos em 2014, quando foi ao MP denunciar que a mãe estava envenenando a comida dele, mas era mentira", diz Renato Henriques, chefe do Departamento da Polícia Civil de Montes Claros. Na época, Santos também disse que a mãe havia assassinado o pai com veneno. No dia do ataque, se completaram três anos da morte do pai do vigia. Não foi achado até agora, diz a polícia, registro de consulta médica ou receita que comprove uso de remédio. 

Ao longo da semana, parentes do vigia relataram que ele repetiu que daria um presente à família e que morreria. Para vizinhos da creche, ele parecia normal. "Não mostrava isso para a sociedade." Na tarde desta sexta-feira (6), a população velou e enterrou os mortos do incêndio causado pelo vigia. O Corpo de Bombeiros confirmou mais duas vítimas na tarde de sexta. No total, sete crianças, uma professora e o autor do crime morreram. Outras 33 pessoas ficaram feridas - 13 estão internadas em estado gravíssimo. Enfileirados, veículos acompanharam os carros da funerária que transportaram, ao longo do dia, os corpos carbonizados pelas ruas da cidade. Em todo o município, o clima é de pesar e comoção diante da maior tragédia da história da cidadezinha de 72 mil habitantes. 

Ao longo do dia, a população se mobilizou para confortar parentes de vítimas e rezar pelos internados. Moradores do município e de cidades vizinhas se organizaram pelas redes sociais para recolher doações. Por causa da tragédia, o Ministério Público de Minas abriu uma conta bancária para receber doações em dinheiro, que servirá de auxílio material às famílias das vítimas. Até o início da tarde desta sexta, o montante chegava a R$ 177 mil.

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