Negromonte Jr e Alice Portugal na lista. |
Davidson Magalhães embolsou 600 mil reais. |
Breno Cunha e Leandro Oliveira
O empresário Joesley Batista foi alçado ao posto de protagonista maior da Operação Lava Jato após a delação premiada que pode derrubar diversos políticos. O que poucos sabem é que a empresa de Joesley, a JBS, realizou doações a diversos partidos políticos no Brasil nos últimos anos e alguns nomes da Bahia receberam quantias provenientes da empresa em suas respectivas campanhas no ano de 2014.
Com o montante de R$ 53.962.807,92, a JBS ocupa a primeira colocação no ranking das empresas que mais realizaram repasses financeiros a candidatos deputados federais. O número equivale a 7,8% das doações totais da Câmara, beneficiando cerca de 178 parlamentares. Destes, 11 são baianos, segundo o portal Transparência Política, da Fundação Getúlio Vargas.
O baiano que mais recebeu em doação da JBS foi Roberto Britto (PP). O deputado recebeu R$ 1.100.000,00 para sua campanha, via doação do partido. Já Mário Negromonte Jr. (PP), arrecadou R$ 850 mil da empresa, também via doação partidária.
Confira a lista completa:
Alice Portugal – PC do B – R$ 400.000,00
Benito Gama – PTB – R$ 284.774.00
Cacá Leão – PP – R$ 650.000,00
Davidson Magalhães – PC do B – R$ 600.000,00
Daniel Almeida – PC do B – R$ 599.986,00
João Carlos Bacelar – PR – R$ 600.000,00
José Rocha – PR – R$ 300.000,00
Lúcio Vieira Lima – PMDB – R$ 200.000,00
Mário Negromonte – PP – R$ 850.000,00
Paulo Azi – DEM – R$ 100.000,00
Roberto Brito – PP – R$ 1.100.000,00
Roberto Britto disse que “acontecer, aconteceu”. “Não recebi dela, mas do partido, que repassou para mim. Não tenho nada com ela (JBS), não sei quem é, agora, foi doação do partido, assim como todos receberam. Não sei o valor exato, tenho que olhar minha prestação de contas”, disse.
Já a comunista Alice Portugal (PCdoB) afirmou que “foi doação do partido, o partido fez uma doação e passou para seus candidatos em todo o Brasil. O PCdoB recebeu doações legais e em todo o Brasil fez doações legais para os candidatos. Eu sei que a direção nacional fez até um agradecimento público na época, foi uma doação legal com toda a estrutura e rigor da lei. Não tive qualquer tipo de contato com a JBS”.
Daniel Almeida (PCdoB) também esclareceu que as doações foram “legais”. “Que eu saiba, não houve nenhum pedido de contrapartida. Os valores foram dados pelo comitê central do partido”.
Enquanto isso, o deputado Benito Gama declarou que o questionamento sobre a possibilidade de existência de um pedido de contrapartida foi uma “pergunta indecente”. “[Indecente] típico de algumas pessoas que você convive, mas comigo não”, respondeu.
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