Esta semana dois casos misteriosos “abalaram” as estatísticas sobre a violência em Itabuna. Dois crimes macabros e com características idênticas desafiam a Polícia Civil. Três dias após o corpo de Carlos de Jesus Ribeiro, de 28 anos, ter sido encontrado dentro do porta-malas do carro dele, na BR-101, rodovia Itabuna/Buerarema, foi achado na tarde de sexta-feira (03), nas mesmas circunstâncias, um segundo cadáver.
O corpo de Erick Cardozo Laytynher, também de 28 anos, foi jogado “desmazeladamente” (estava de joelhos) no porta-malas do veículo. O automóvel da vítima – um Gol vermelho, de placa JSM- 3710 – foi localizado na entrada do Serrado, zona rural de Itabuna. Segundo a perícia, o homem pode ter sido executado na noite anterior (quinta-feira), uma vez que já apresentava sinais de rigidez.
Nada foi levado pelos criminosos, o que descarta imediatamente a suspeita de latrocínio. Ainda de acordo com os peritos, possivelmente o rapaz foi morto ainda no banco do motorista. No assento, havia marcas de sangue. O veículo será periciado. Erick deixa dois filhos. Assim como Carlos, ele era envolvido com alguns crimes. Já tinha sido preso, inclusive, por tráfico de drogas.
Tudo é meticulosamente investigado. Vingança, queima de arquivo, crime de mando? Várias hipóteses estão sendo estudadas. A polícia quer descobrir, por exemplo, se existe, de fato, alguma relação entre os dois assassinatos. As semelhanças no “modo de execução” entre os dois casos deixam um rastro de interrogações. Quem teria interesse na morte dos dois? Carlos e Erick se conheciam? Os criminosos eram próximos às vítimas?
Certamente, a polícia terá pela frente uma missão que requer inteligência, sigilo e muita perspicácia, pois a cidade pode estar diante de uma rede de execuções. Vale ressaltar que nada ainda é oficial. Tudo, por enquanto, não passam de suposições. Só o tempo irá desvendar esse mistério e responder todas as questões, até então, pendentes.
Salto na violência
A população até já respirava um “ar” de mais tranquilidade, quando foi anunciada a queda dos homicídios no município. A notícia, divulgada esta semana, dava conta de uma redução de 30% das ocorrências entre mortes e atentados em junho. Essas estatísticas foram confirmadas pelo delegado Marlos Macedo, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa – DHPP.
No entanto, parece que a criminalidade resolveu “reverter” o quadro e a violência simplesmente deu um salto nos primeiros dias de julho, incluindo a sequência de tiroteios, que têm sido denunciados por moradores que, reféns do medo, se sentem prisioneiros em suas próprias casas.
Além dos “casos dos porta-malas”, outro homicídio foi registrado na tarde de sexta-feira (3). Rafael Xavier Santos, de 24 anos, foi executado por volta das 15h45min, na Rua da Olaria, no bairro Califórnia. O jovem, atingido com vários tiros na cabeça, não tinha passagens pela polícia, mas seria envolvido com o trágico de drogas, principal pivô dos assassinatos ocorridos na cidade. Segundo testemunhas, os criminosos estavam em uma motocicleta de cor preta.
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