Ministros votam pelo início imediato da execução das penas. Ex-dirigentes do PT, como Dirceu, Genoino e Delúbio, além de Marcos Valério, operador do esquema, poderão ser presos nos próximos dias.
Não
é o ponto final do processo do mensalão, mas é um capítulo ímpar na
história política do País. O Supremo Tribunal Federal determinou ontem a
execução das penas de condenados por envolvimento no esquema do
mensalão, revelado mais de oito anos atrás pelo então deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), após uma disputa com o homem forte do primeiro
mandato do governo Lula, o ex-ministro José Dirceu.
Os
dois adversários, assim como os ex-dirigentes do PT José Genoino e
Delúbio Soares, e o empresário Marcos Valério, entre outros, serão
presos nos próximos dias.
Embora ainda tenha que julgar os
embargos infringentes - recursos nos crimes em que houve maioria
apertada na Corte, com pelo menos quatro votos pela absolvição -, o
Supremo contrariou a expectativa de que a prisão dos condenados pelo
mensalão levaria mais tempo, podendo ficar para 2014, em meio às
campanhas eleitorais.
Essa decisão expõe ainda mais a
Câmara, que manteve o mandato de um deputado preso - Natan Donadon - e
se vê pressionada a deliberar sobre a situação de Genoino, João Paulo
Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry.
Se a
prisão chega antes, por outro lado ela pode abrandar o regime a que
serão submetidos condenados como Dirceu. O ex-ministro começará a
cumprir a pena por corrupção em regime semiaberto - se fosse somada a
pena por formação de quadrilha, crime ainda passível de absolvição, o
petista teria de permanecer na cadeia em tempo integral, e não somente
no período da noite.
À espera do veredicto.
Enquanto aguarda definição de sua situação no STF, José Dirceu descansa
com a família num hotel em Itacaré, um dos pontos mais aprazíveis do
litoral baiano. Há forte esquema de segurança no local.
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